Não recebeu muita oferta de emprego? O problema pode ser o seu Facebook


Os especialistas em carreira são unânimes em afirmar que as redes sociais são cada vez mais utilizadas para selecionar o candidato certo para uma vaga de emprego. O que você faz online importa e, muitas vezes, é decisivo na hora da contratação.

70% dos recrutadores espiam o que o candidato faz no Facebook, Twitter ou LinkedIn, segundo o site americano especializado na área Career Builder. E mais de 50% só o chamam para entrevista se ele tiver um perfil online.

“Os recrutadores querem entender melhor o perfil do candidato”, afirmou Elen Souza, assessora de carreira da Catho. “A ideia é saber se a visão e os valores dele são semelhantes aos da empresa. ”

O que pega bem

Para a assessora de carreira da Catho, o candidato deve mostrar que cultiva bons laços afetivos com a família e os amigos, além de demonstrar que mantém o respeito com grupos de diferentes opiniões.

Thayane Fernandes, especialista em Mídias Sociais do Vagas.com, também acredita nisso e disse que muitos candidatos perdem a oportunidade de aparecer para os recrutadores. Para ela, é importante publicar nas redes sociais eventos ligados à sua profissão e até mesmo ações sociais --caso ele esteja engajado nelas.

Outro ponto importante, na visão de Milton Beck, diretor-geral do LinkedIn para a América Latina, é ter sinceridade e autoridade na hora de expor suas ideias. Para ele, o candidato deve se comportar da mesma forma que age no mundo off-line.

O que pega mal

Uma foto publicada bebendo cerveja com os amigos em um churrasco não é necessariamente um problema. “Não há certo ou errado”, afirmou Thayane. “Mas o candidato precisa saber o que ele ganha ao postar algo em público. ”

Neste caso, orienta a especialista, é melhor publicar a foto no modo privado da rede social (ou compartilhada apenas com os amigos que participaram do churrasco)

Publicar textos ou imagens em que o candidato concorde (ainda que levemente) com assédio ou discriminação também é altamente rechaçado pelos especialistas. “Você não escreve princípios e valores. Você os mostra”, declarou Thayane.

Para Beck, do LinkedIn, o candidato que elogia a si próprio e se vangloria dos projetos em que não teve participação comete um erro. Além disso, acrescentar conexões que não têm nenhuma relação com seu trabalho é um problema. “Acaba poluindo o feed do próprio Opiniões extremistas, desrespeito e ofensas também pegam (muito) mal. “Mostra que o candidato não sabe lidar com a diversidade”, disse Elen, da Catho. “Ele precisa entender a dimensão da rede social. O que cai na rede tem grande difusão rapidamente. ”

Tenha cuidado com as eleições


Sabe a regra popular de que política, futebol e religião não se discutem? A especialista do Vagas.com é um pouco desse time. Para ela, o candidato deve moderar o que vai publicar e evitar polêmicas. 

“Não vai levar a nada, a não ser gerar controvérsias”, afirmou.

Thayane adverte ainda que os candidatos devem observar a fonte de uma notícia e não espalhar fake news pelas redes sociais. Por outro lado, Beck, do LinkedIn, acredita que as discussões sobre projetos políticos são bem-vindas, mas avisa que é bom manter-se longe dos extremismos.

“As pessoas podem discordar, mas dentro de uma etiqueta social. Vale lembrar que isso não é só para as redes, mas para a própria vida”, declarou.

Por: Julia Grazielen
Fonte: UOL



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