Saída de criadores do Instagram foi conturbada e deve afetar futuro da rede
Revelado nesta segunda-feira (24), o anúncio de que Kevin Systrom e Mike Krieger, criadores do Instagram, estavam deixando o Facebook e se desligando completamente da rede social que ajudaram a popularizar pegou muita gente de surpresa, inclusive pessoas que entrevistaram a dupla recentemente. E os detalhes dessa saída são bem desanimadores para quem gosta da plataforma.
Apesar das informações de que a tensão entre os dois e o
alto escalão de executivos do Facebook cresceu durante os últimos meses, poucos
estavam preparados para algo tão repentino. As revistas norte-americanas WSJ.
Magazine e Fast Company, por exemplo, tinham entrevistas preparadas com os
executivos, que acabaram sendo publicadas com o aviso de que foram feitas antes
do anúncio.
Tudo indica que as divergências pioraram com a crise
enfrentada pelo Facebook nos últimos anos. A rede social parou de crescer na
mesma velocidade, uma situação que só piorou após o escândalo envolvendo a
empresa de consultoria Cambridge Analytica e os dados de usuários que foram
usados irregularmente pela campanha de Donald Trump, atual presidente dos
Estados Unidos.
Com essa confusão, foi quase natural que o Facebook voltasse
os olhos para o Instagram, um dos seus únicos produtos a passar incólume por
tudo isso. Acumulando mais de 1 bilhão de usuários, a rede social de fotos e
vídeos operava de maneira quase independente até então, com os criadores tendo
papeis fundamentais no rumo da plataforma e nas novidades implementadas
ultimamente.
De acordo com fontes ouvidas pelos repórteres Casey Newton,
do The Verge, e Kurt Wagner, do Recode, conflitos que começaram pequenos foram
se acumulando com o tempo. Um dos exemplos foi a decisão do Facebook de retirar
o link para a outra rede quando as postagens eram compartilhadas via Instagram.
Outro caso aconteceu quando o Facebook começou a colocar notificações dentro do
Instagram pedindo para que os usuários baixassem seu aplicativo.
Criada por Systrom, a plataforma IGTV do Instagram
quase teve seu desenvolvimento interrompido por medo de que ela competisse e
tirasse audiência do Facebook Watch. Em todos os casos, as alterações eram
feitas para beneficiar apenas o Facebook e não levavam em consideração como
poderiam piorar a experiência de quem utiliza o Instagram.
Embora tenham continuado na companhia por seis anos após a
compra do Facebook, a situação de Systrom e Krieger lembra o que vimos quando
os criadores do WhatsApp também decidiram deixar o aplicativo após
discordâncias com executivos do Facebook, chegando a criticar publicamente a
antiga empresa para a qual trabalhavam.
Por: Mateus Silva
Fonte(matéria e autor original): Tecmundo e Felipe Autran
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