Greta Van Fleet levanta o público em SP e encerra turnê pelo país com louvor
É interessante perceber
como o Greta Van Fleet cresceu tanto tão rapidamente. Com apenas um álbum
completo lançado, a banda fez seu show principal no Lollapalooza Brasil e
outras duas apresentações no país: no Rio de Janeiro e em São Paulo, cujos
ingressos para o espaço da Audio esgotaram rapidamente.
E é curioso ver como o
público já se tornou praticamente devoto da banda de Michigan. No aguardo da
apresentação, várias pessoas usam camisetas do Greta e citam a voz marcante de
Josh Kiszka. Há também outras bandas, como Judas Priest, Metallica e Black
Sabbath, indicando como o grupo parece suprir os desejos de uma geração de
“órfãos do rock”, que dedicam seu tempo para bandas mais velhas do que novas.
No aguardo do show, alguém perto da grade puxa o coro mais brasileiro possível:
“olê, olê, olê, olá, Gretaaa, Gretaaa”. Não há sinal de qualquer integrante da
banda em si, mas qualquer movimentação no palco é acompanhada atentamente.
O Far From Alaska
começa o show de abertura com tudo, com um solo do baterista Lauro Kirsch.
Nesse momento é impossível não pensar no papel e na oportunidade de uma banda
de abertura. É uma segunda-feira em São Paulo e o Alaska sabe que a maior parte
do público da Audio não está lá para vê-los. E sinceramente está tudo bem pra
eles. Emmily, Cris, Rafael e Lauro fazem uma apresentação intensa em que eles
próprios se divertem. Não importa se o público está mexendo no celular (ou
vendo mais um jogo do Campeonato Paulista, como realmente aconteceu). O FFA
aproveita a oportunidade que tem para mostrar seu trabalho e se divertir no
caminho.
O Greta Van Fleet
atrasa uns 15 minutos, deixando os fãs em polvorosa em plena noite de
segunda-feira. Mas quando a banda entra e Josh joga flores para a plateia, tudo
está perdoado. Além de tocar hits do álbum Anthem of a Peaceful Army, o Greta
leva seu público por uma jornada musical com grandes solos de bateria e
guitarra que terminam em um orgasmo musical. Aquele grito lá no começo se
repete, “olê, olê, olê, olá, Gretaaa, Gretaaa” e o vocalista sorri de
satisfação com essa resposta do público.
Na parte técnica, a voz
de Josh emite um leve eco, como aconteceu no domingo de Lollapalooza, mas
aparentemente isso faz parte da performance. De resto, é incrível acompanhar a
banda em uma casa menor como a Audio, que retém o som e cria uma experiência
mais intensa do que em um grande festival aberto.
Há um discurso
emocionante antes de “Flower Power” e a música traz um ponto interessante. O
Greta Van Fleet é chamado atualmente de “a salvação do rock” e esses rapazes
reuniram várias tribos do gênero com letras muito positivas. Existem explosões,
solos e gritos, mas o Greta quer que seus fãs sejam o Peaceful Army, o exército
da paz - embora nem todos tenham entendido essa mensagem.
O Greta Van Fleet volta
para duas músicas no bis e o público se prepara para o êxtase final. Josh
grita, levanta os braços e convida o público da Audio a esquecer que é uma
segunda-feira chuvosa em São Paulo e embarcar em sua viagem intensa de boa
música e momentos incríveis. Quando o show acaba, há gritos de alegria de
amigos e casais que comemoram aquele momento catártico. A vida real voltou, mas
há um pouquinho do Greta em cada fã que acompanhou os shows no Brasil.
Por: Davi Silva
Fonte: omelete
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