Tecnologia permite usar as pontas dos dedos para gerar energia
Uma tecnologia inventada por
pesquisadores da Universidade da Califórnia pode transformar o suor produzido
nas pontas dos dedos da mão em energia. A inovação permitiria, por exemplo,
aproveitar o próprio corpo para gerar carga para a bateria de um smartphone.
Segundo o estudo publicado nesta
terça-feira, 12, no periódico Cell, a engenhoca é o coletor de energia corporal
mais eficiente já inventado, produzindo 8 quilowatts-hora de energia por cm²,
em uma coleta de 10 horas — suficiente para repor a energia em um celular em
uso moderado.
Chamado de célula de biocombustível (BFC, na sigla em
inglês), ele é alimentado por lactato, um composto químico encontrado em
abundância no suor. Visto de fora, parece um simples pedaço de espuma conectado
a um circuito com eletrodos, todos presos na ponta dos dedos. A espuma é feita
de nanotubo de carbono e o dispositivo também contém um hidrogel que ajuda a
maximizar a absorção do suor.
“O dispositivo é totalmente flexível e mede apenas 1 cm².
Logo, não há necessidade de se preocupar com a rigidez. É possível usá-lo
confortavelmente por um longo período de tempo", afirma o engenheiro de
nanotecnologia Lu Yin, um dos autores da pesquisa.
E, ainda que pareça estranho escolher as pontas dos dedos
como fonte desse suor, logo um membro com área tão pequena, ela foi a opção
devido a grande concentração de glândulas sudoríparas. Em comparação, é maior
que qualquer outra parte do corpo. "Essa região desenvolveu mais celular
de suor para que pudéssemos segurar objetos com mais facilidade. Nem mesmo as
axilas são comparáveis", disse Yin.
Dispositivos de energia baseados em suor anteriores exigiam
exercícios intensos, como correr ou andar de bicicleta, antes que o usuário
suasse o suficiente para ativar a geração de energia. Mas a grande quantidade
de energia consumida durante o exercício pode facilmente cancelar a energia
produzida, muitas vezes resultando em retorno de energia sobre o investimento
de menos de 1%.
Yin afirmou que a equipe continuará trabalhando para
incrementar o sistema, que ainda não tem previsão para ser usado de forma
comercial.
Por: Davi Silva
Fonte: exame.com
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