Deadpool 2
É preciso muita coragem para lançar um filme de herói poucas
semanas após Vingadores: Guerra Infinita, mas, se há alguém que pode fazer esse
tipo de estripulia, esse alguém é Deadpool.
Deadpool 2 chega com humor escrachado e uma tonelada de
referências, o Mercenário Tagarela da Marvel bate de frente com o universo
criado em dez anos de Vingadores, pegando emprestado até mesmo o “vilão do
filme”: Josh Brolin, que interpreta Thanos no longa da Disney, dá vida a Cable
no longa.
A impressão que fica é de que o filme se sustenta através de
referências. As piadas e quebra de quarta parede estão presentes, conforme
esperado, mas não conseguem ser tão incríveis quanto as do primeiro filme — e
parte disso deve-se ao fator de que esse tipo de zoeira deixou de ser uma
surpresa e se tornou algo que os fãs já imaginavam que estaria presente.
E, quando o assunto é zoeira, o filme não tem limites, usando
até mesmo os atores como parte da brincadeira, incluindo o próprio Ryan
Reynolds, que interpreta o personagem principal, e Hugh Jackman, que eternizou
o Wolverine. Esses momentos mais descontraídos (e críticos!) são bem-vindos na
trama do longa, que segue clichê atrás de clichê — intercalados com piadas
sobre clichês.
O filme usa o roteiro fraco como explicação para alguns de
seus maiores pontos fracos, e traz situações idênticas àquelas que acabou de
satirizar. É um filme que não se leva a sério, mas que fica refém de suas
próprias brincadeiras.
O destaque de Deadpool 2 fica com as participações especiais
extremamente inusitadas e com a trilha sonora, que consegue entregar muita
emoção e tirar boas risadas do público com facilidade. Reynolds e Brolin são
convincentes em seus papéis, mas o destaque fica para Zazie Beets e sua
personagem Dominó, que, apesar de ter um poder que não convence num primeiro
momento, protagoniza algumas das melhores sequências de ação do longa.
Outra característica legal e interessante do filme é perceber
que os trailers divulgados não entregam nada das piadas e muito, muito pouco,
da trama do longa. As sequências de ação são muito bem coreografadas,
resultando em cenas bastante brutais, porém interessantes de se assistir — é
nessas partes que o filme faz valer sua classificação indicativa de “para
maiores de idade”.
Dei boas risadas no cinema e curti cada segundo das
referências, apesar de sentir que a experiência poderia ser ainda melhor caso
as piadas não se limitassem a isso. No fim das contas, Deadpool 2 é um
excelente filme para quem está inserido no universo dos heróis no cinema e
acompanha o mercado com certa dedicação, mas perde bastante de seu brilho fora
desse contexto.
Ah, e teve a melhor cena pós-créditos.
Confira o trailer:
Confira o trailer:
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