Medina é bicampeão mundial de surfe e vence final em Pipeline



Gabriel Medina é o grande campeão de 2018 do Circuito Mundial de Surfe (WCT). Nesta segunda-feira (17), o brasileiro venceu a semifinal contra o sul-africano Jordy Smith em Pipeline (Havaí) e garantiu o título. Mais tarde, ele ainda conquistou a etapa havaiana.

Depois de se tornar o primeiro brasileiro a ser campeão em 2014, o surfista de Maresias agora volta a fazer história como o único atleta nascido no Brasil a ser bicampeão.
 Medina disputava o título com o australiano Julian Wilson, que também passou para a decisão, mas a classificação à final da etapa já garantiu a conquista para o brasileiro, independentemente do resultado do rival.

A bateria começou com tudo. Jordy abriu com 7,33, Medina respondeu com 7,17, mas o sul-africano voltou a pegar belo tubo e recebeu 8,50. Medina surfou outra onda na sequência, mas o 6,33 não foi suficiente para virar o duelo.

O brasileiro voltou para a disputa com nota 9,10 e assumiu a liderança. Jordy ainda ficou perto de retomar a ponta, mas seu 7,27 não foi suficiente. No fim, o surfista de Maresias venceu por 16,27 pontos contra 15,83 do sul-africano.

Já na final de Pipeline, Medina enfrentou justamente o australiano Julian Wilson, que venceu Kelly Slater na outra semifinal por 14,20 a 11,17. Na decisão, o brasileiro voltou a manter o alto nível e levou a melhor para fechar com chave de ouro: 18,34 (9,57 e 8,77) a 16,70 (8,77 a 7,93).

Após a conquista na semi, Medina comemorou o feito na saída do mar. ""Foi um ano intenso, estou muito feliz, eu não acho palavras, estou muito feliz, estou muito feliz de ver meus amigos e família felizes por mim. No fim do dia, é o que me faz vir aqui e dar o meu melhor. É tudo sobre o plano de Deus, eu tenho fé, eu tento meu melhor até o final. Estou muito feliz e é para você, Brasil", disse.

O melhor momento de Gabriel Medina na etapa do Havaí foi nas quartas de final. Em situação complicada e com uma boa desvantagem para Conner Coffin, o brasileiro acertou duas ondas seguidas com notas 9,43 e 10 e se garantiu entre os quatro primeiros.

 O surfista de Maresias foi regular durante grande parte da temporada. Depois de estrear com queda precoce em Gold Coast (Austrália) na primeira etapa do ano, ele passou a ser consistente nas etapas seguintes e disparou na segunda metade do ano com duas vitórias seguidas no Taiti e no Surf Ranch (EUA) e outras duas semifinais (França e Portugal) nas últimas quatro etapas antes de Pipeline. Medina assumiu a liderança do ranking após a disputa em território francês e foi premiado com seu segundo título mundial.


O brasileiro voltou a dar entrevista após bater Julian na final no Havaí e também comemorou o título de uma etapa que ele ainda não havia vencido. "Ganhar o Pipe Masters é um pouco diferente, eu queria isso e trabalhei duro para conseguir. Estou muito feliz, muito obrigado. Foi uma boa final, Julian é o mais duro competidor, estávamos em um free surf, eu consegui umas boas ondas e é ótimo ser o vencedor do Pipe Masters", declarou.

A vitória de Medina contra Jordy Smith ainda beneficiou outro brasileiro, Jesse Mendes. Já eliminado da etapa de Pipe, ele conquistou a Tríplice Coroa Havaiana, dada ao surfista com melhor desempenho nas etapas de Pipeline, válida pelo WCT, e de Sunset Beach e Haleiwa, ambas válidas pelo WQS, a divisão de acesso do surfe. O sul-africano era o principal concorrente de Jesse.

Por: Julia Grazielen
Fonte: UOL

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