Hitman 3: jogo fecha trilogia com chave de ouro
Hitman é uma série
que teve o seu primeiro jogo lançado ainda em 2007, mas que já chamava a
atenção pela liberdade concedida aos jogadores para completar as missões. Após
ter passado por um reboot, agora, Hitman 3 foi lançado no começo de 2021 para
finalizar a trilogia atual do assassino 47.
O Olhar Digital
recebeu uma cópia de Hitman 3 para o Xbox Series X e após jogá-lo por um bom
tempo para completar missões de diferentes conta tudo o que achou dele.
Confira!
Uma história bem
elaborada, mas não tão profunda
O Hitman 3, como você
já deve ter percebido pelo nome, se trata de uma continuação direta do Hitman 2
(lançado em 2018). Nele, apesar de você controlar apenas o assassino 47, alguns
aliados lutarão ao seu lado para acabar com a “Providence”, uma organização
secreta para a qual todos trabalharam juntos.
De forma geral, o
jogo acaba não se aprofundando tanto em detalhes da história e acaba mais
mostrando o por que você invadirá um local e o motivo daqueles alvos serem
importantes para a sua missão. Quem não jogou os dois jogos anteriores da
trilogia atual poderão até se sentir um pouco perdido nos detalhes, mas não que
isso afete a diversão.
Já algo interessante
em Hitman 3 são as chamadas “Mission Stories”. Apesar de você poder eliminar
seus alvos praticamente ao identificá-los, o jogo traz esse recurso para ser
possível conhecer um pouco mais da história por trás de cada personagem e isso
pode ser encarado, em alguns casos, até mesmo como side quests. A mudança é bem
vinda e chega até dar um pouco mais de diversidade para o jogo com algumas
missões onde sequer você precisa eliminar alguém.
O tempo da campanha de Htiman 3 é
curto, mas você pode estendê-lo
A frase acima pode até soar um
pouco estranha, mas a verdade é que o tempo que você passará jogando o Hitman 3
depende muito de seu estilo. O jogo conta com 6 fases ou cenários, sendo que
cada um deles leva entre 30 a 40 minutos para serem fechados, o que faz você
terminar o jogo com um pouco mais de 4 horas. Já quem não está muito acostumado
com a série encontrará dificuldades para acabar as missões pela primeira vez e
morrerá bastante até entender como ser furtivo em cada lugar.
Apesar desse tempo de campanha
ser considerado curto para os padrões atuais, o Hitman 3 conta com o fator
replay como seu maior aliado. Cada fase do jogo possui inúmeros métodos com os
quais você pode acabar a missão e descobrir como eliminar os alvos é uma tarefa
bem recompensadora.
Não apenas isso, toda vez que
você acaba uma missão de uma forma diferente, o Hitman 3 tem um sistema de
progressão para que mais itens ou outros elementos estejam ao seu dispor para
jogar a fase novamente. Por exemplo, na missão da mansão, você poderá
posteriormente começar como um jardineiro e desbloquear certos cômodos que
estavam trancados.
Já indo além da campanha, o
Hitman 3 também conta com alguns outros modos de jogo que devem aumentar a
“vida do jogo” por um bom tempo graças a sua comunidade. Assim, por exemplo, o
modo “Contracts” colocará você em cenários conhecidos, mas com missões
diferentes que são criadas por outros jogadores. Inclusive, é claro, você
também poderá perder um bom tempo criando este tipo de missões.
Além deles, quem também está de
volta é o modo “Sniper Assassin”, em que você, é claro, deverá atirar em alvos
específicos sem precisar ficar dependendo de seus disfarces. E, por último, mas
não menos importante, quem também tem o “Hitman 1 e 2” poderá jogá-los na
engine do terceiro jogo com algumas melhorias.
A jogabilidade continua quase a
mesma
A série Hitman nunca se destacou
por ter uma jogabilidade muito refinada, mas sempre funcionou bem para você
concluir os seus objetivos. Hitman 3, por sua vez, segue praticamente o mesmo
padrão visto nos últimos dois jogos, mas refinou um detalhe ou outro.
Assim, para este terceiro jogo, a
IO interactive optou por não mexer muito na jogabilidade, mas trouxe algumas
novidades interessantes. Por exemplo, o assassino 47 passou a contar com uma
“câmera”, que é extremamente útil na hora de hackear dispositivos como a
fechadura de portas.
Já a movimentação do personagem
até flui bem em diversos momentos, mas as vezes você pode ser perguntar o
motivo do agente não passar, por exemplo, por pequenas poças de água. Não
apenas isso, em determinados momentos, a câmera também não ajuda o jogador e
algumas atividades simples como “subir em determinado local” ou se “soltar de
uma janela” acaba sendo difícil.
Em relação as armas, como sempre,
o Hitman 3 não acaba decepcionando e cada cenário tem um verdadeiro arsenal
delas a disposição do jogador. Por sua vez, os pontos para você “criar
acidentes” também ficam bem evidentes e explorá-los nem sempre é tão difícil.
Mesmo tendo muitas armas a
disposição, quem gosta de aderir a ação mais frenética sentirá uma certa
dificuldade com a mira das armas. Entretanto, essa parte eu não considero um
ponto negativo, já que isso é justamente para forçar os jogadores a realizar as
missões de forma mais discreta, afinal, esta sempre foi a grande graça de
Hitman.
Além de abusar dos disfarces para
completar as fases de forma “silenciosa”, o jogador também precisa ficar atento
a diversos pequenos detalhes. Por exemplo, ao estar disfarçado de fotógrafo ou
de garçom, você não deverá ficar com uma arma ou um pé de cabra a vista. Para
ajudar nesta questão, felizmente, o Hitman 3 coloca um sinal de exclamação ao
lado dos itens que você não deve carregar com tais disfarces.
Os gráficos são bonitos, mas a
ambientação é ainda melhor
O Hitman 3 foi lançado para PC,
Xbox One, Xbox Series S/X, Google Stadia, Nintendo Switch, PlayStation 4 e 5. O
Olhar Digital, como informado acima, fez este review no Xbox Series X e, ao
menos neste console da nova geração, o jogo realmente surpreende em diversos
momentos por conta de seu gráfico.
Além de contar com cenários bem
generosos em relação ao tamanho, os gráficos de Hitman ao menos nos consoles da
nova geração surpreendem em alguns momentos. Entretanto, quem se sobressai
mesmo são os reflexos do jogo que dão um verdadeiro show em diversos momentos
da jogatina.
Não apenas isso, assim como fez
já em seus antecessores, algo que surpreende em Hitman 3 é quantidade de NPCs
em alguns cenários. Inclusive, mesmo quando você vê este monte de NPCs
agrupados, em momento algum o jogo tem queda na taxa de quadros ou coisa do
tipo, algo realmente a ser elogiado.
Apesar de tudo ser muito bonito,
alguns detalhes também não podem passar batidos. Por exemplo, tanto em questão
de NPCs como de objetos (armários, balcões, escadas etc), o jogo abusa de
modelos iguais, ou seja, você verá muitos objetos e NPCs repetidos.
Já em relação a ambientação,
realmente não há reclamações a serem feitas. Além de contar fases com locais
bem distintos, você percebe que a IO Interactive realmente teve um trabalho de
criar cada cenário com muitos atalhos para serem explorados e todos devidamente
decorados. Assim, aqui não há nada de cenário vazio ou que parece ter sido
esquecido e está lá só por estar.
Existem alguns defeitos menores
em Hitman 3
Mesmo com tantos elogios e uma
campanha extremamente divertida, o Hitman 3 também tem alguns defeitos menores.
O maior contra em minha opinião fica pelo fato de Hitman 3 não ser dublado e
nem mesmo legendado.
Apesar de a maioria dos objetivos
do jogo consistir em eliminar alvos, esse é um ponto bem negativo já que alguns
jogadores poderão ficar perdidos em certas missões. Não apenas isso, vale
lembrar, os dois jogos anteriores da franquia tinham o nosso idioma incluso.
Além deste contra, algo que me
incomodou foi o sistema de saves automáticos do Hitman 3. Pessoalmente, eu não
consegui entender exatamente quando ele entra em ação, uma vez que em certa
missão, eu tinha cumprido diversos objetivos principais e, ao morrer, eu perdi
todo o meu progresso naquela missão. Mesmo tendo jogado o Hitman 3 após o seu
lançamento oficial, eu também admito que tive alguns problemas com o servidor
do jogo e até tive que reiniciar o mesmo para me conectar a ele apesar de minha
conexão estar normal.
Conclusão
Hitman 3 fecha a trilogia atual
da série com um jogo realmente bem divertido e a altura de seus antecessores.
Apesar de ter uma campanha relativamente curta, o game recompensa os jogadores
com o fator replay e um sistema de progressão bem interessante. Não apenas
isso, o fato dele permitir jogar o Hitman 1 e 2 na nova engine com algumas
melhorias também deve ser levado como um ponto positivo.
Na jogabilidade, é verdade, não
vimos muitas inovações como gostaríamos, mas também não é possível criticá-la
já que ela funciona muito bem no que se propõe. Assim, o único ponto que
realmente nos chateou é o fato do jogo não estar dublado nem legendado, mas
isso não é o suficiente para ofuscar a sua grande qualidade.
Por: Davi Silva
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